
Se existe alguma coisa que me impede de viver feliz pra sempre no meu reino alemão encantado cheio de florestas magníficas e antigos castelos que lhe dão um ar de conto-de-fada é essa maldita mudança climática inexistente no Brasil.
É brutal: num dia, você está andando descalça pelas ruas com uma blusa sem mangas. Depois de uma semana, você passa pela mesma rua, com as mãos enfiadas em luvas e as luvas enfiadas nos bolsos.
Eu juro, não tem coisa pior do que acordar de manhã e ter que ir ao banheiro com uma privada fria feito gelo.
É quase absurda a idéia de que uma pessoa tenha nascido e crescido num continente cuja temperatura chega ao zero todo ano. Quando eu falo para os meu colegas que no Brasil eu geralmente ia ver os fogos de artifício na praia e depois molhava os pés na água pra entrar já temperada no ano-novo eles me olham incrédulos: qualquer um que entenda um pouquinho de geografia sabe que no norte do planeta as estações são contrárias as do sul (por isso o mês mais quente é em julho ou agosto). Mesmo assim, eles acham isso muito estranho.
Eu pretendo terminar os estudos por aqui e depois me mandar pra uma ilha subtropical. Não me levem a mal, eu adoro as pessoas simpáticas, a vegetação e a comida daqui. Mas nada nesse mundo me faz morar num lugar com menos de 20°C pelo resto da minha vida!