sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Os eus de mim


Finalmente arranjei um tempo pra escrever aqui! E não foi só graças a "autoridade superior" (bom, eu sou mais alta que a minha mãe, mas você entendeu). O fato é que essa semana foi uma loucura. Como se não bastasse ter viajado mais de 10 horas de avião no domingo e ter que ir à escola na manhã seguinte, eu também havia perdido uma semana inteira de aula! Não sei mais quantas vezes eu tive que entar em fila de papelaria pra comprar cadernos, borrachas, canetas, lápis de cor e mais cadernos.

E isso não é nem o começo! Além de ter que acordar 5:40 todo dia, eu agora vou ter aula de caratê, de francês, de política...

Bom, já deu pra entender meu drama. Obrigada, Deus, pelos fins-de-semana sagrados que tenho.

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Mas enfim, estou de volta! Faz quanto tempo desde o último post? Dois meses? Três?

Passei agosto inteiro e metade de setembro no Brasil. Foi bom reencontrar meu pai (e um pedacinho da família), comer pão-de-queijo e sentir calor de verdade.

Mas nem tudo foi às mil maravilhas: meu pai mora numa cidade pequena, na pontinha de Minas, e insistiu em nos deixar lá na MAIOR parte do tempo (será que ele tem ciúme de nós com o resto da família??). Ter estado em Belo Horizonte por três dias foi algo que gosto de chamar de "um morango no meio de uma salada de abacate" - não, não gosto de abacate.

Esse "nós" inclui meu irmão. O moleque teve sorte, ficou jogando video game com um vizinho da idade dele o tempo todo. E eu? Só me restava ler, comer e dormir. E assisitr televisão quando os meninos davam uma folga. Foram férias feitas pra querer voltar à escola.
Isso sem falar, é claro, da casa abandonada ao lado que ganhou um novo dono. O descarado estava resconstruindo tudo, e o barulho ia até as 11 da noite.
Os ratinhos do tamanho de uma mão adulta que não gostaram dos estrondos na sua casa se refugiavam no nosso e quintal e/ou lixo. Se tem um animal que me deixou algum trauma nessa vida, foi um rato.
E eu já falei do carro que parou no meio do nada e teve que ser puxado por um caminhão debaixo da chuva? E que tal a cadela esquisita e saltitante que o paps tem?

Mas no meio de tanta bagunça ("aventuras"?), eu encontrei uma salvação: meu diário foi como uma tábua flutuante no meio do oceano. Sempre achei que diários fossem como um porta-lembranças pra se ler depois e recordar momentos e sentimentos importantes. Mas eles também tem outra função. Tão óbvia, que eu nunca cheguei a pensar nela: desabafar.

Nessas férias, eu descobri em mim um lado obscuro e poético que eu nem imaginava existir.
Talvez os meus...manuscritos não sejam assim tão bons para os outros, mas eu os considero no mínimo geniais. Saber que eu podia ser tão diferente de mim mesma me assustou e fascinou ao mesmo tempo. Acho que isso é muito importante. Descobrir (e aceitar) que você também possui "o lado negro da força" te faz transpor limites desconhecidos. Eu estou muito mais satisfeita comigo agora do que há umas semanas.

E devo isso a essa experiência "catastroficamente perfeita". Valeu pai!