sexta-feira, 11 de junho de 2010

Solte a voz e ela vai se perder e acabar morrendo de fome e frio

Há meio minuto eu estava pulando de raiva e revolta, balançando um celular na mão com toda a força dos meus braços de gelatina. Por que?

Bem, voltando um pouco mais no tempo, nota-se que a criatura com caracóis negros na cabeça e cento e sessenta e cinco centímetros de altura foi atingida por um raio invisível e catou o celular da mãe que tem um gravador implantado.
Eu gravei a minha voz. Hora falando rápido, hora cantando. Em português. Em alemão. Em inglês. Em francês. Em japonês. Berrei, ri, choraminguei, recitei omanotopéias. E cheguei a uma conclusão:
Eu não suporto a minha voz.

Não, sério. Vocês sabem, nós ouvimos a nossa própria voz de uma maneira única, que vem de dentro. O resto do mundo capta um som totalmente diferente.
E eu tenho, pelo que parece, uma voz de patricinha mineira com sotaque carioca que puxa o "S"e engole outras letras porquê fala muito rápido e embolado.


Como eu pude viver até agora com uma voz dessas? Raio que o parta, macacos que me mordam, esqueçam a omelete que eu tô chocada!
...
Tudo bem, a voz que eu ouço normalmente também não é uma das melhores. Pode riscar o futuro com o microfone que eu não canto bem. A voz que eu ouço é uma voz forte, quase masculina. E aí eu vou e aperto o replay. O que vem? Essa coisa rouca e chorona com um toque de loucura e dificuldade de entendimento pela qual o resto do mundo me conhece.
Considere-se feliz por estar lendo e não papeando comigo ao telefone. Eu não me aguentaria. Sério.

Okay, talvez eu só esteja fazendo drama. Desnecessário. O ser humano a tudo se adapta.
Acho eu.

***

Foto do dia: em homenagem ao início na copa
PS: não faço a miníma ideia de quem é quem e onde é o quê. Mas achei engraçado mesmo assim.