sábado, 17 de outubro de 2009

Sem querer querendo

Não, não estou citando o Chaves.

Bom, eu estava chafundando (será que a palavra está no dicionário?) os meus antigos cadernos de matemática, com mais rabiscos do que cálculos, e encontrei um poeminha que escrevi, sei lá, na quarta série. Eu tinha uns 10 anos na época, e era uma pirralha romântica e materialista (e meio complexada). Eu raramente escrevia poemas, e quando o fazia, morria de vergonha deles. Não é a mesma coisa que escrever em prosa, quando eu posso falar o que quiser sem me preocupar se as palavras rimam ou não. Na verdade, eu nunca gostei de poemas. E nem daqueles ditados bregas de duas frases como "em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher". Poemas só são bons quando viram música, dá até gosto recitar. Ou poemas beeeem compridos, que são claros e divertidos (alguém conhece "Um Pacato Vilarejo"? Qualquer dia escrevo aqui), diferentes daquelas coisas sempénemcabeçasupermelodramáticas que as patricinhas insistem em escrever na sua agenda novinha em folha.

Amantes de poesias, por favor, não fiquem bravos comigo. Eu sei que gosto não se discute, mas expressar opnião todo mundo pode, né? E, aliás, só pra ninguém ficar com ressentimentos, eu posto o meu poeminha de 5 anos atrás. Podem rir à vontade, o meu negócio são frases inteiras mesmo.
Então lá vai.

"Sem querer"

Eu quero um dia de sol
Durante o inverno
E alguém que me jure
O seu amor aterno

Eu quero um céu de morango
E uma geléia
Feita de azul

Aprender a nadar
Uma viagem pro sul

Eu quero a paz mundial
E que a pipoca tenha mais sal
Dormir no sofá
Não ter mais que estudar


Eu quero achar meu fim e começo

E que tudo pare de ter um preço

Ter a mente sã
E balinhas de hortelã


Eu quero viver numa tribo
Que alguém venha dançar comigo
Viver em perigo
Ter um melhor amigo

Eu quero fazer bolhas de sabão

Dirigir na contra-mão
Catar conchinhas
Dormir com as galinhas


Eu quero pintar a rua com giz
Sapatos de verniz
Botar os pingos nos is
E criar o meu final feliz


Hahahaha, gente, faz tanto tempo que eu escrevi isso. Eu lembro direitinho do dia: a professora ensinava expressões numéricas e quando ela virava pro quadro, o meninos da sala jogavam bolinhas de papel uns nos outros. Eu tava lá no meu canto, olhando pra janela quando uma das armas brancas voadoras antingiu a minha cara com tudo. Eu arremessei ela de volta pro moleque como se fosse uma bola de baseball, mas ele desviou e acabei mirando sem querer na professora. Ela se virou e os meu colegas traiçoeiros apontaram pra mim.
Resultado: pude passar o resto da aula no pátio da escola, aproveitando aquele sol de 8 da manhã aconchegante, com um pedaço de papel na mão, um lápis minúsculo na outra (eu sempre tinha algo assim nos meus bolsos), mais inspirada do que nunca.

10 comentários:

Maysa disse...

amei seu titulo a esta postagem e o que escreveste ....
bjs
ysa

Maysa disse...

amei seu titulo a esta postagem e o que escreveste ....
bjs
ysa

Unknown disse...

Boa tarde, Laura. Muito bonito o poema. Posso colocar no meu blog?

Carla Rosso disse...

Laura, eu amie! Sério mesmo...Dá pra fazer uma música bem bacana com a letra!

Lou disse...

não consigo entrar no perfil desse cristiano aí T_T"

Cristiano Neves disse...

Boa noite, Laura. Muito bonito o poema. Posso colocar no meu blog? Meu blog é o 72,7 Sintonia Perfeita.

Cristiano Neves disse...

Ah... no comentário anterior acabei usando outro perfil sem querer. rs

Lua Albus disse...

UHDUSAHDUHSAUDHSAUDHUSAHDUHSAUDHSUDHSUAHDUSAHUDHUS, você parece comigo, poeminhas esquisitos complicados e melodramaticos, XÔ! PASSA FORA! a minha professora de readação insiste em colocar intepretação de poemas, eu sofro taaaaaaanto!

Nina disse...

Como assim??? a senhora nunca me contou esse fato na escola mocinha!! vamos já ali conversar. menina menina... e como assim, como a minha filha tem coragem de dizer que nao gosta de poemas???? eu sempre lia pra vcs dois os do vinicius de moraes ou da cecilia meirelles!!!!!! desses vc gosta né minha filha? diz que sim...

mas sim, o poeminha. Gente, eu amei, como assim tu diz que nao gosta?? quem é capaz de fazer um poema é porque gosta sim senhora. mas tá entendi, filha, vc nao gosta daquelas coisas longas e melosas, né??
entendi direito?
eu amei seu poeminha filha, é sangue do avô paterno correndo nas sua veias!!!

Cristiano Neves disse...

Boa tarde, Laura. Realmente esse poema que você viu na 72,7 Sintonia Perfeita não é meu. rs. Como agora tenho sua autorização, vou postar seu poema amanhã. E faça novas visitas ao meu blog. Sempre tem novidades.